50 músicas que marcaram a minha vida: Ok, ok

Felicidade sempre ofende, mas tristeza demais cansa. Esse verso é motivo suficiente para alguém se apaixonar por uma música? Ouvi essa música por insistência do Ian, que falava de Violins como eu falo de Bach. Entrou no repeat, saiu, entrou de novo, saiu de novo. No começo servia como uma resposta mal criada, teve uma filha (inteligência ofende, burrice cansa), até o dia em que o mesmo Ian me disse o verso quando eu reclamava não ser mais causa de dor para alguém. Doeu.

Fiquei dias sem ouvir a música. O que doeu, provavelmente, foi perceber que eu não era motivo tão grande assim para causar dor em outra pessoa. Que era perfeitamente possível viver sem mim. Meu narcisismo pensou em se jogar no poço.

Foi um tapa.

(Ainda bem que eu levei esse tapa.)

Hoje, quando as coisas começam a parecer meio cinzas, eu penso nessa música para me obrigar a lutar. Nessa música e em Felicidade, na voz de Bethânia, que muito provavelmente aparecerá mais além nessa série. A tristeza é uma forma de egoísmo, e quando é demais cansa.

Nunca ouviu? E está esperando o quê?